Como uma
falsa inglesa perdida numa farra tropical
Caindo de
bêbada numa rua de paralelepípedos desta cidade tão pequena
Lá vai
Lilibeth
Sob os
rojões da quermesse
Que não
abafam a ladainha do piano mal tocado
Pelo careca
rico seminu
A gargalhar
no quarto alugado a preço vil
Lá vai
Lilibeth
A pobre
Lilibeth
Ela sabe do
arco-íris que nasce sob a pálpebra do macaco
- Poderia
incinerar a Barca do Inferno
Mas também
sabe que as Pragas do Egito estão escorrendo como pus
Do braço
arrancado do dia
Pobre
Lilibeth
Como uma
falsa inglesa perdida numa farra tropical
Lá vai ela
Caindo de bêbada
numa rua de paralelepípedos desta cidade tão pequena
Deixemos
Lilibeth morrer do seu amor
Deixemo-la
sofrer
Nada temos
com a dor de Lilibeth
A não ser
que desejemos o amor de Lilibeth
A não ser
que desejemos sofrer com Lilibeth
A que sabe
das Pragas do Egito
A que sabe
da Barca do Inferno
- Sim.
Amanhece devagar
Tão devagar
que as luzes dos postes já bocejam de sono e de tédio
E os
macacos riem - como se riem!
Nesta noite
abominável
Este poema faz parte do livro Os campos de caça do senhor, que pode ser lido na íntegra, ao fazer o download aqui.
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